America makes Trump Great again!
- Paola Jochimsen
- 6 de nov. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 9 de nov. de 2024
A força das redes sociais e a subestimação de seu poder são prevalentes. As fake news, reforçadas por declarações como a de Trump sobre haitianos em Springfield, continuam a influenciar significativamente a opinião pública

A nova presidência de Donald Trump já é uma realidade, mesmo para aqueles que acreditavam que o resultado levaria semanas, ou até meses, para ser oficializado. Em uma eleição marcada por investimentos milionários, Trump saiu vitorioso, contando com o apoio expressivo de Elon Musk, que investiu uma quantia significativa em sua campanha através do America PAC. Além disso, Musk organizou sorteios diários de US$ 1 milhão para eleitores em estados-pêndulo. Esse mesmo magnata, simpático aos governos de Javier Milei na Argentina e Nayib Bukele em El Salvador, reforçou seu apoio a Trump, intensificando o cenário polarizado das eleições.
Trump, conhecido por incitar simpatizantes à invasão do Capitólio em Washington D.C., afirmou recentemente que aceitaria o resultado das eleições, desde que fossem justas. Mas seria essa declaração sincera, ou haveria uma carta na manga? A influência de Musk, com seu “show do milhão”, teria motivado ainda mais eleitores ao voto? Ou será que, para Trump, as eleições são justas apenas quando ele vence?
O resultado foi avassalador. Trump conquistou também a maioria na Câmara e no Senado, além de já contar com uma Suprema Corte favorável desde seu mandato anterior. Isso representa um aumento substancial de poder nas mãos de um homem cuja conduta gera constantes preocupações sobre os limites do poder presidencial.
O processo eleitoral nos Estados Unidos, no qual cada estado segue suas próprias regras e dois partidos se revezam no poder há quase 180 anos, parece confuso para muitos. Desde 1850, quando o Partido Whig (1833-1856) teve seu último representante no poder na figura do vice-presidente Millard Fillmore, que assumiu a presidência após a morte de Zachary Taylor, o país não viu outro partido além dos Democratas e Republicanos no comando.
Os chamados “estados pêndulo” (Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Carolina do Norte, Pensilvânia, Wisconsin), que frequentemente decidem o destino da nação, foram novamente determinantes. Em um resultado surpreendente, a Pensilvânia, estado fundamental, registrou uma alta adesão de homens latinos em favor de Trump, mesmo diante de seu discurso considerado xenofóbico. No Michigan, uma região com grande população de origem árabe e muçulmana, a preferência também foi pelo candidato republicano. Na Geórgia, com uma significativa comunidade afroamericana, Trump foi declarado vencedor.
Esses resultados reforçam que discursos identitários nem sempre se aplicam na corrida eleitoral americana. A força das redes sociais e a subestimação de seu poder são prevalentes. As fake news, reforçadas por declarações como a de Trump sobre haitianos em Springfield, continuam a influenciar significativamente a opinião pública. Muitas vezes, essas informações distorcidas são mais atraentes para os eleitores do que um discurso político fundamentado em dados e fatos verificados. Como disse Marx: “a história mundial se repete, primeiro como tragédia, depois como farsa” – resta saber se a ordem estava correta.
Estamos para vivenciar um novo período no qual o homem considerado o mais influente do mundo tem agora, mais do que nunca, o poder em suas mãos e um fiel escudeiro para chamar de seu. Assim, resta esperar o que trará essa nova “era de ouro” que fez Trump grande novamente.
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